quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O poder do agrado...

Não vou usar esse post para debater as causas e contracausas do capitalismo, seus relances comerciais e a supervalorização da materialidade. Ja é um bom começo, né? Isso, apesar de necessário em certos momentos, é chato pra dedéu e não convém agora (Ainda mais de madrugada!). Mas é que estive pensando na mesquinharia das pessoas. Na falta de divisão e sobretudo de agrado, que ao ver... é o que pesa em muitas relações. Hoje, vejo as pessoas chegando sempre com as mãos vazias. Passa Páscoa, Natal, aniversário, casamento, dia das crianças, batizado, dia do amigo... e nada das pessoas realmente lembrarem uma das outras. A falta de agrado, por muitas vezes, me soa como falta de consideração, de carinho, de reconhecimento.
Claro que a presença das pessoas é importante, claro que o carinho delas é importante. Muito além de um presente materializado, um perfume, uma blusa, um batom. Mas as pessoas mudaram muito. Além de estarem aos poucos perdendo o hábito de presentear, estão perdendo o hábito de escrever, de conversar nos dias especiais, de parabenizar, de abraçar. Estão eliminando a palavra AGRADO, que por muitas vezes, seria facilmente traduzida com apenas uma ligação, um bombonzinho de 1 real, uma rosa, um cartão, um elogio. Coisas que não custam caro ou simplesmente custam zero além do tempo. As pessoas estão eliminando até a famosa "lembrancinha". Escreve um cartão, num papel branco qualquer, mas escreve "Feliz Aniversário", "Feliz Natal", "Que você seja feliz". Mande uma mensagem de texto do site, qualquer coisa! Não pra mim, (que adoro esse tipo de coisa), claro! Mas pra pessoas que você gosta, valoriza. Existe coisa mais seca que viver rodeada por uma pessoa que nunca se liga de fazer um agrado, uma surpresa? Que nunca lembra de separar um pedaço de bolo?
Sabe que outro dia uma amiga minha me deu uma tangerina embrulhada? Eu achei aquilo lindo. Só pelo fato dela ter pensado em me fazer um agrado. Pelo fato de ter saído de casa carregando algo pra levar pra mim. Eu me senti lembrada com um simples ato cotidiano. Se as pessoas me dessem tangerinas sempre, eu ficaria feliz com mais frequência. Porque nem sempre importa o preço, mas o ato. A consideração nem sempre é vista nas relação cotidianas, às vezes vemos e convivemos com as mesmas pessoas mas elas não fazem nada por nós além do basico para uma relação comum e sem sal.
Eu gosto do agrado (e do estrago HAHAHA!), e isso por muitas vezes pode parecer uma declaração mimada, desacostumada com "a modernidade". Mas eu fico me perguntando: será? Será que não existem pessoas que pensam assim... ou todos já se acostumaram com o jeito frio de receber apenas scraps nos momentos em que o calor humano deveria prevalecer?

2 comentários:

Kacau disse...

´é claro que a gente nunca se acostuma é sempre bom ser lembrado em algum momento, mas para sobreviver nessa selva em que transformou o mundo eu tento não esperar muito das pessoas para não me machucar, faça o contrário dê vc a gente se sente melhor.



http://messnatural.blogspot.com/

Hudson Pereira disse...

Talita Baby, concordo com vc, e sou como vc (ou seja,existimos)eu gosto muito de agradar as pessoas que eu gosto,mas já vi muita gente fazer isso com interesse, uma pessoa querendo comprar a outra,saca? Sei lá,vamos seguindo com o coração aberto....