quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Durante algum tempo trabalhei somente com livros. Com eles e para eles. Cuidando, revisando, reescrevendo, formatando. Sozinhos e em particular, quase ninguém vinha se meter nas nossas íntimas relações. Foi quando os alunos, aos poucos, começaram a chegar. Não diferente dos livros, aprendi bastante com alguns deles. E, sobretudo, pude perceber que trabalhar com gente é melhor que trabalhar com textos, pois o retorno é, de fato, mais humano, intimista, profundo. Antes dos alunos chegarem, eu vivia em um universo cujo centro era somente eu. Hoje, percebo que na escola dividimos tudo que somos e sabemos. Professores são seres tão universais quanto alunos. Por isso, hoje penso duas vezes antes de dizer que trocaria alunos por aquele silêncio cotidiano e frio da biblioteca nacional. Um dia aquilo lá pareceu ser o meu lugar, hoje já não é. Não é possível mais ser singular...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

a praça

Imagino que todos nós tenhamos um objeto de fixação. Aquilo que não sai de dentro de nós nem com uma boa dose de whisky, nem com um interessante programa de rádio ou tampouco um gostoso jantar entre amigos. Alguns chamam este objeto de amor, outros atendem pelo nome de alguém. Há quem diga que o mesmo possa ser o próprio dinheiro, que se gasta, que se ganha, que se gasta, que se ganha. Ou esse jogo de vai-e-vem que também acontece entre as relações humanas. Existe gente para tudo, há desejos que apontam para coisas diversas.

Esta é a realidade, e eu, eu simplesmente não duvido de mais nada.

Porque a minha paixão sempre foi a praça. Cheia ou vazia. Era um tesão místico por aquela praça em frente à praia. Linda, que sempre foi tão doce comigo, acolhedora, mágica.

O meu universo paralelo.

E isso fez sentir-me estranha por todos esses anos, olhando só para dentro, ou muitas vezes, relativamente para trás.

Mesmo depois de dezenove anos morando em São Paulo, eu ainda acordava com a misteriosa vontade de ver a praça de minha cidade. Ia dormir sempre lamentando, um pouco, por não tê-la visto nunca mais, a não ser em uma velha foto que levava na carteira.

Não é engraçado que seja assim? Levar a foto de uma praça vazia em um lugar que poderia reservar meiguice das pessoas que eu amo?

Eu também me questiono sobre isso.

Foi então que resolvi voltar para onde jamais deveria ter saído. Mas sabe como é, ou foi. Anos atrás tive que vender meus caprichos de menina e minha vontade de nunca sair de Niterói, por alguma coisa que tivesse sustância monetária para acudir a mim e minha família. Tempos difíceis eram aqueles. Acho que leiloei minha vontade de não crescer por um apartamento grande, uma bolsa de estudos e um bocado de supostos novos sonhos. Eu me rendi, como talvez qualquer outro teria se rendido.

É o que me consola.

E isso me custou, de vez em quando, a reviravolta dos meus sentimentos. Do meu passado, das minhas histórias. Da minha praça.

O peso da saudade.

Malditas sejam essas irrecusáveis oportunidades que nos afastam do coração, dos amigos, de um antigo namorado. Daquelas coisas que a gente sonha tanto antes de pensarmos em nós mesmos.

Maldito seja o peso do dinheiro, do emprego, da cidade longe da nossa infância.

domingo, 1 de novembro de 2009


Preciso muito descansar...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"Somos donos de nossos atos, mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados, sentimentos são passaros em voo."

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Minha, minha...

Desde que conheci a Eduarda, ela me aconselha a falar menos e obsevar/escutar mais. Sempre que vou dar opiniões extremamente pessoais, eu tento pensar na Duda me dando este conselho amigo. Mas, cara, às vezes me parece impossível! A opinião que eu tenho diante das coisas parece quase sempre saltar pra fora de mim em certas ocasiões. E isso acontece, muitas vezes, quando eu tenho a opção de ficar quieta. Acontece que quando eu não opino sobre certas coisas, parece que eu fico inquieta, parece que não estou sendo fiel aos meus conceitos, a mim mesma. Tudo bem, às vezes eu falo demais... me exponho demais para quem não merece sequer duas palavras da minha atenção. Mas minha opinião é minha filha... minha própria invenção, minha própria construção. Que eu só solto no mundo quando acho que amadureceu. Acontece que esse meu jeito me proporcionou belas facas de dois gumes... algumas pessoas são atraídas por gente de opinião, outras pessoas confundem isso com arrogancia e se afastam, não aceitam... (pensamento incompleto)
Amanda com certeza diria neste momento que eu preciso de um terapeuta...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A amante ideal...

"O amor é o desejo acima da vida. Talvez nunca tivesse dito sem o sentir uma tão profunda frase. Nenhum de nós nascidos e vividos na mentira e na tortura da mulher, compreenderia essa amante que existiu, como todas as coisas irreais. Mas, se nos fosse dado compreender - aos homens como às mulheres, todos nós invejaríamos a tua sorte e o prazer superior dessa suave perfeição. Para conservar o desejo é preciso não mentir, não pedir e não saber. Ela foi a amante ideal, a única sincera"
Um dos meus contos preferidos...
A Amante Ideal - João do Rio.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Queria ler todos os livros do mundo, mas não dá tempo. Fico, então, apenas com os melhores.
"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências,
me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito,
eu só vivo nos extremos."
(Clarice Lispector)