terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tempo ótimo

"Não existe conserto para o tempo, para as pessoas, para as atitudes. Ninguém é tão liqüidificador, relógio, televisão. Ninguém tem dispositivo, o tirar da tomada, o botão esquecer. Um beijo não apaga um tapa, sexo não apaga briga. Presentes não apagam passado. Flores não perfumam lágrimas.Porque o tempo é ótimo.E não ótimo de maravilhoso, mas ótimo de ideal. Como ph. Que não pode ser tão ácido, não pode ser tão básico. Como idade e idioma. Como temporada certa para engravidar.O tempo está para pessoas como o ph está para química. Tem que ser aquele. E se não for, tudo vai desandar irreversivelmente. Já reparou como velhos tem um pouco mais de dificuldade de manusear idiomas e novos eletrônicos? Na verdade, são crianças que estão em tempo ótimo de aprendizagem. Daí a facilidade específica. Este tempo ótimo que tenho estudado não está só para aprender. Mas para sentir, para viver, relacionar. Até quem sabe desculpar-se e perdoar. O tempo ótimo é o tempo certo de viver ao máximo. Pegar o clímax de todos os momentos da vida sem perder o ticket porque chegou atrasado. É aquilo que rege a vida. Que mostra que mesmo com a pessoa certa, as coisas não dão certo na hora errada. Que mostra que mesmo tentando voltar atrás milhões de vezes, já se perdeu foi tempo com aquilo que se fez equivocado. Não é como perder o bonde. Pois, depois do primeiro, vem o segundo, vem o terceiro. É como perder a única chance de viver com perfeição. É claro que existirão outras chances. Repito: chances, e não conserto. Porque não existe conserto. No máximo, remenda. Mas vida remendada é como pano velho, cheio de histórias e sem grande brilho. Reapaixonar-se por alguém é bom, mas não é como apaixonar-se pela primeira vez. Voltar a fazer sexo com alguém não tem o mesmo cheiro, nem a mesma garra da primeira vez que se entregaram. Tentar de novo não possui o mesmo fôlego. Dar o recado bem depois, não adianta mais. E é por isto que tenho tentando caçar a otimização das coisas e alertar as pessoas. Muitas delas ainda sabem pouco sobre o tempo. Se eu pudesse ter para mim todos os outdoors, eu escreveria: Evite remendas, o tempo é ótimo para quem sabe viver. E ficaria mais tranqüila." Talita Rosetti

Coração roda-gigante...

... ora no ar, ora no chão.

Será que esse defeito é só meu?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Existe sempre uma coisa ausente

"Para seu próprio bem guarde este recado:
Alguma coisa sempre faz falta.
Guarde sem dor, embora doa,
e em segredo."

Caio Fernando Abreu
(Pra sempre muito querido).

E quem vai dizer que não é verdade?
Veja bem, meu bem, olhe pra dentro de si:
Alguma coisa sempre faz falta.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Rio de Janeiro, chuva e saudade.

Arrumando o quarto achei o cd que meu amigo me deu e deu vontade de ouvir nesse dia chuvoso que parece que toda hora é madrugada. Tem um tempo que não escuto Poléxia e tem um tempo que eu não percebo um monte de coisas. A saudade de tudo aperta... mas os dias não voltam mais.

"Num lugar sem luz, eu vi
Meu céu se abrir, um mar sem fim
Seja onde for, qual seu amor
Seja você, deixa chover
Olha pro céu,
Olha pro céu,
E se esqueça."

Poléxia - Caloando estrelas.

Fidelidade Clandestina

Sempre me perguntei o que de fato era importante na vida. Se era ser fiel aquilo que os outros esperavam ou se era ser fiel aquilo que queremos, sentimos e por muitas vezes, escondemos. Incrível ter passado tanto tempo sem resposta, não? Mais medonho é ainda não saber. Sinto muito ser fiel somente a mim mesma e atravessar os gestos como se x gênesis das questões fossem somente os meus desejos, os medos, a violenta angústia de não saber perder. Sinto muito ser fiel à coisas abstratas, e não à pessoas físicas. Sinto mesmo não no sentido de "não ligar", mas no sentido de sentir vergonha de mim mesma. Quem me dera saber mudar...ou fingir que mudei. Será que há tempo?


ps: O título é sim quase Lispector.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pra não deixar a peteca cair...

Janta

"Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá.Pode ser cruel a eternidade, eu ando em frente por sentir vontade. Eu quis te convencer mas chega de insistir, caberá ao nosso amor o que há de vir. Pode ser a eternidade má,caminho em frente pra sentir saudade. Paper clips and crayons in my bed, everybody thinks that i'm sad. I'll take a ride in melodies and bees and birds will hear my words, will be both us and you and them together. Cause i can forget about myself, trying to be everybody else. I feel allright that we can go away and please my day... I let you stay with me if you surrender. Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar (I can forget about myself trying to be everybody else), caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá (I feel all right that we can go away). Pode ser a eternidade má (and please my Day), eu ando sempre pra sentir vontade (I’ll let you stay with me if you surrender)."

Marcelo Camelo.

Depois de quase três anos...

Pois é... depois do "Quase-vinte", blog iniciado faz quase três anos e finalizado há bastante tempo, adivinhem quem voltou? Diziam-me que blog é como cachaça, não dá... a gente sempre bebe da fonte nos momentos mais terríveis. Principalmente quando se vive uma bela fase de insônia... que faz as horas adentrarem a noite como picadura de mosquito (sem piadas!). Sabe que de vez em quando sinto que gostaria de voltar ao velho quase-vinte? Aquilo lá era como um quartinho no fundo da minha casa, um belo depósito de sentimentos (não tão) escondidos. Mas também, por vezes, sinto aquele quarto muito amargurado, aflito, muito cheio de passado... então saio em busca de algo novo. Não porque o passado não mereça, mas porque ele não me abraça mais. Indepentemente das minhas vontades, eu não sou mais dona dos meus "Quase-Vinte".

Eu sou dona do Clube (da) Insônia.
Sejam bem-vindos.