quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ele...

"Mais um dia, mais uma batalha na guerra da vida. Ele acorda com o despertador após mais uma noite mal dormida, com o mesmo medonho sentimento niilista de sempre. Toma seu banho, apenas desejando voltar ao seu mundo de fantasias noturno, onde a incerteza e o medo não existem. Ele se atrasa mais uma vez ao colégio, pega sua mochila, onde tem tudo que precisa para suportar mais um dia junto com a escória do mundo. Percorre o mesmo caminho matinal. Os mesmos senhores sentados na cadeira na padaria da esquina, as mesmas moças, jovens e esbeltas, indo a academia apenas para a manter a aparência perfeita, perfeita para os Outros. Os mesmos sons, as mesmas imagens, os mesmos olhares n’Ele, a mesma rota, a mesma distância. A mesma dúvida. Por que continuar? Por que seguir a mesma rotina? Por que aprender apenas para ser classificado e rotulado por pessoas que não conhecem nada de sua personalidade e essência?Chegando na última rua antes do colégio, Ele decide virar para o lado oposto, apenas para brincar com o destino, a vida, a rotina. Ao andar para o lado oposto, Ele sente um certo gosto de felicidade e ironia, como se tivesse desobedecendo a ás leis da vida, a ordem, a cronologia, a sua sentença, e quem sabe, sente até mesmo um gosto de vingança. Após algumas passadas, Ele começa a se sentir perdido, desorientado, já não sabe mais que caminho seguir, que direção tomar. Todos seus planos psicológicos de mudar o inalterável vinham á cabeça em forma de figuras destorcidas. Ele já não tinha a mesma vontade de seguir seu próprio caminho, a insegurança o preenchia por completo, e tudo que precisava era dar meia volta.Conformado com sua situação, Ele desistiu de ser alguém. Ele é apenas Ele. Mais Um no meio de tantos Outros. Ele voltou ao seu velho caminho, a mesma trajetória, a mesma rotina, com o mesmo fardo, o mesmo peso, o mesmo sentimento niilista de alguns minutos atrás, a mesma vontade de contrariar a vida mais uma vez. Ele chega ao colégio. Percebe que nada mudou, sente-se aliviado por se sentir a salvo com a mesma e velha rotina. Depois de um tempo sentado, Ele começa a pensar, a se corroer, a se masturbar, com o mesmo pensamento que lhe vinha todos os dias naquele momento: "O que me aconteceria se eu tivesse seguido o outro caminho?' "

Carlos José Oliveira de Almeida Costa.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Brincadeira que custou caro...

"O Ministério Público do Trabalho em Osasco, na Grande São Paulo, anunciou nesta segunda-feira (25) que promoveu uma ação civil pública contra a emissora de televisão SBT, com sede na mesma cidade, por entender que a participação da menina Maisa em programas de TV descumpre a legislação trabalhista.

O procurador Orlando Schiavon Júnior também apresentou pedido de liminar para que a emissora pague indenizações por lesão aos direitos coletivos e por danos morais a Maisa. Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do SBT afirmou que ainda não foi notificada a respeito e que não iria se pronunciar.

'Entende o Ministério Público do Trabalho ser bastante razoável a fixação da indenização pela lesão a direitos coletivos no valor de R$ 1 milhão em virtude do desrespeito a normas que protegem os menores de idade e à exposição pública da criança a medo, susto, pânico e até mesmo de dor física - ao bater com a sua pequena cabeça em uma câmera -, que em nada contribuem para a sua formação", diz o pedido de liminar.' "

Precisou a Justiça se coçar para que as pessoas vejam que expor crianças ao ridículo é crime e não tem graça. O que é isso, Brasil?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

"Ser aceito não é receber a concordância. É receber até a discordância, mas dentro de um princípio indefinível e fluídico de acolhimento prévio e gratuito do que se é como pessoa. Ser aceito é ser percebido antes de ser entendido. É ser acolhido antes de ser querido. É ser recebido antes de ser conhecido. É ser experimentado antes da experiência. É, pois, um estado de compreensão prévia que abre caminho para uma posterior concordância ou discordância, sem perda do afeto natural por nossa maneira de ser. Ser aceito implica mecanismos mais sutis e de maior alcance do que os que derivam da razão. Implica intuição; compreensão milagrosa porque antecipatória; conhecimento efetivo e afetivo do universo interior; compreensão pela fraqueza; cuidado com as cicatrizes e nervos expostos, tolerância com delírio, tolices, medos, desordens, vesícula preguiçosa, medo do dentista ou disritmia. Ser aceito é ser feliz. Raro, pois. Quer fazer alguém feliz? Aceite-a em profundidade. E depois discorde à vontade. Ela aceitará." (Autor Desconhecido)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

You live, You learn...


Eis aqui a mais sábia das questões:
"Selfish person ends alone"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Por que somos amigos?

Sei que há muito tempo não frequento as aulas de ciências, mas se bem me lembro, frente a evolução das espécies, Charles Darwin considerou que "Seleção Natural" era o processo pelo qual os seres vivos adaptavam-se melhor ao meio que viviam. Era também uma forma de especialização, de melhorar, geração a geração, cada ser da cadeia. De certa forma, era um tipo de reciclagem que proporcionava a paulatina eliminação de um material genético desfavorável aos seres. Hoje, quando me perguntei "Por que somos amigos?", imaginei o mesmo procedimento. Somos amigos porque nós, através da ciência, fizemos essa escolha. Muitos vão dizer que a amizade não pode ser tão determinista assim, que amizade é somente o que sentimos e que em sentimentos não cabem razões ou empirismo. Mas se repararmos bem, na mesma posição de bichos de uma cadeia infinita e intimista, nós escolhemos apenas aquilo que nos proporciona crescimento e estabilidade. Nós somos amigos porque reciclamos todo o resto, filtramos muitas das possibilidades e nos encontramos. Assim, nos adaptamos, melhoramos um ao outro. Aprendemos a compreender o meio e encontrar nossos valores nesse grupão de humanos que fazemos parte.
De uns tempos para cá, nada me pareceu mais Darwin que a nossa amizade. Então, por que não dizer que somos feitos também... de pura ciência?
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Talita Rosetti