quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Durante algum tempo trabalhei somente com livros. Com eles e para eles. Cuidando, revisando, reescrevendo, formatando. Sozinhos e em particular, quase ninguém vinha se meter nas nossas íntimas relações. Foi quando os alunos, aos poucos, começaram a chegar. Não diferente dos livros, aprendi bastante com alguns deles. E, sobretudo, pude perceber que trabalhar com gente é melhor que trabalhar com textos, pois o retorno é, de fato, mais humano, intimista, profundo. Antes dos alunos chegarem, eu vivia em um universo cujo centro era somente eu. Hoje, percebo que na escola dividimos tudo que somos e sabemos. Professores são seres tão universais quanto alunos. Por isso, hoje penso duas vezes antes de dizer que trocaria alunos por aquele silêncio cotidiano e frio da biblioteca nacional. Um dia aquilo lá pareceu ser o meu lugar, hoje já não é. Não é possível mais ser singular...