sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Não que estivesse triste... só não compreendia o que sentia.

"É tudo tão bonito que me dói e me pesa. Fico pensando que nunca mais vai se repetir, é só uma vez, a única, e vai me magoar sempre. Não sei, não quero pensar. Neste espaço branco de madrugada e lua cheia, preciso falar, e mais do que falar, preciso dizer. Mas as palavras não dizem tudo, não dizem nada. O momento me esmaga por dentro. O espanto esbarra em paredes pedindo exteriorização."

domingo, 23 de novembro de 2008

Com meus amigos...

"Eu tenho idéias e razões,
Conheço a cor dos argumentos
E nunca chego aos corações,
E pra quem vier me derrubar
Levanto e enfrento com um sorriso
Porque alguém vai me julgar?
Se nessa vida eu só insisto
Em ser feliz, me apaixonar
E envelhecer com os meus amigos!"

Achei tão a minha cara que resolvi postar.
É o fim de mais um feriado...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O carrasco do amor...

"Tomem cuidado com o poderoso apego exclusivo a uma outra pessoa; ele não é, como algumas pessoas pensam, evidência da pureza do amor. Esse amor encapsulado, exclusivo, alimentando-se de si próprio, não dandonem se importando com os outros, está destinado a desmoronar sobre simesmo. O amor não é apenas uma centelha de paixão entre duas pessoas;há uma distância infinita entre se apaixonar e permanecer apaixonado.Mais propriamente, o amor é um modo de ser, o amor é um "dar a" e não um "enamorar-se de"; um modo de se relacionar como um todo, não umato limitado a uma única pessoa." (Irvin D. Yalom)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Traumas...

"Meu pai um dia me falou pra que eu nunca mentisse. Mas ele também se esqueceud e me dizer a verdade, da realidade do mundo que eu ia saber. Dos traumas que a gente só sente depois de crescer. Falou dos anjos que eu conheci no delírio da febre que ardia. Do meu pequeno corpo que sofria sem nada entender. Minha mulher, em certa noite, ao ver meu sono estremecido, falou que os pesadelos são algum problema adormecido. Durante o dia a gente tenta com sorrisos disfarçar alguma coisa que na alma conseguimos sufocar. Meu pai tentou encher de fantasia e enfeitar as coisas que eu via, mas aqueles anjos agora já se foram depois que eu cresci. Da minha infância agora tão distante, aqueles anjos no tempo eu perdi. Meu pai sentia o que eu sinto agora, depois que cresci. Agora eu sei o que meu pai queria me esconder. Às vezes, as mentiras também ajudam a viver. Talvez um dia pro meu filho, eu também tenha que mentir pra enfeitar os caminhos que ele um dia vai seguir. Meu pai tentou encher de fantasia e enfeitar as coisas que eu via, aas aqueles anjos agora já se foram depois que eu cresci. Da [...] Meu pai sentia o que eu sinto agora depois que cresci" (Roberto/Erasmo Carlos)

Uma das mais belas canções que já ouvi. Incrível como Roberto Carlos vai do cafona ao fantástico em poucos segundos. Aqui segue um vídeo regravação da música por Rodrigo Amarante.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Compact?

Não existe coisa mais desagradável que chegar para usar o pc, perceber que ele deu pau e que todos os arquivos foram perdidos (Aliás, existe sim, mas isso é beeeem chato). Além de ter que reinstalar todos aqueles programinhas de sempre, lá se vão as músicas, lá se vão as fotos, os favoritos, os trabalhos/textos, o tempo e etc.
Por isso eu sempre recomendo que de tempo em tempo, as pessoas gravem a "memória" do pc em diversos cds.
Eu acabei adquirindo esse hábito depois de um mano-a-mano-cruel-eletrosangrento com a minha máquina. Através disso, acabei empilhando uma pequena coletânea de todo meu passado. As fotos que eu não quero rever, os textos que eu não quero reler, os LOGS! Veja bem, eu disse logs de conversas de anos atrás. Coisas que sozinha, talvez eu nem lembrasse mais. Por via de um simples ato ingênuo, não fiz nada menos que logar o meu passado. Quando por ventura preciso resgatar algo... acabo literalmente dando login na esfera de um tempo que não existe mais. Agora eu me pergunto seriamente: isso é bom ou ruim? Às vezes embarco dentro de um cd qualquer, (por vezes nomeado: "minhas coisas", "arquivos 06", "meus arquivos e documentos") a procura de uma música antiga e acabo sem querer dando de cara com imagens ou objetos que me remetem pequenos sofrimentos e angústias. É então que percebo que essas coisas adormecem escondidas, mas permanecem aqui registradas. A grande reflexão dessa noite pra mim é: será que vale a pena ver de novo? Ou será que pequenos fatos cotidianos como um BOOM no pc pode servir de pretexto para construirmos novas coisas?
"Todo fim nada mais é que um novo recomeço" - eu sei. Mas será que se eu jogar tudo fora, as coisas podem adormecer por um tempo mais justo/longo?
Se tem uma coisa que eu desejo muito no momento, é me vestir apenas do presente. Um beijo, Lita.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Melhor do Mundo...



Já não era sem tempo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

E hoje eu sei...



Certas flores...
São da natureza e não dos homens.
São do tempo e não do amor.
Hoje eu sei, choveu muito
Mas também fez sol.
De todos os lugares que andei,
fiquei melhor no seu quintal.
.
(Talita Rosetti)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O poder do agrado...

Não vou usar esse post para debater as causas e contracausas do capitalismo, seus relances comerciais e a supervalorização da materialidade. Ja é um bom começo, né? Isso, apesar de necessário em certos momentos, é chato pra dedéu e não convém agora (Ainda mais de madrugada!). Mas é que estive pensando na mesquinharia das pessoas. Na falta de divisão e sobretudo de agrado, que ao ver... é o que pesa em muitas relações. Hoje, vejo as pessoas chegando sempre com as mãos vazias. Passa Páscoa, Natal, aniversário, casamento, dia das crianças, batizado, dia do amigo... e nada das pessoas realmente lembrarem uma das outras. A falta de agrado, por muitas vezes, me soa como falta de consideração, de carinho, de reconhecimento.
Claro que a presença das pessoas é importante, claro que o carinho delas é importante. Muito além de um presente materializado, um perfume, uma blusa, um batom. Mas as pessoas mudaram muito. Além de estarem aos poucos perdendo o hábito de presentear, estão perdendo o hábito de escrever, de conversar nos dias especiais, de parabenizar, de abraçar. Estão eliminando a palavra AGRADO, que por muitas vezes, seria facilmente traduzida com apenas uma ligação, um bombonzinho de 1 real, uma rosa, um cartão, um elogio. Coisas que não custam caro ou simplesmente custam zero além do tempo. As pessoas estão eliminando até a famosa "lembrancinha". Escreve um cartão, num papel branco qualquer, mas escreve "Feliz Aniversário", "Feliz Natal", "Que você seja feliz". Mande uma mensagem de texto do site, qualquer coisa! Não pra mim, (que adoro esse tipo de coisa), claro! Mas pra pessoas que você gosta, valoriza. Existe coisa mais seca que viver rodeada por uma pessoa que nunca se liga de fazer um agrado, uma surpresa? Que nunca lembra de separar um pedaço de bolo?
Sabe que outro dia uma amiga minha me deu uma tangerina embrulhada? Eu achei aquilo lindo. Só pelo fato dela ter pensado em me fazer um agrado. Pelo fato de ter saído de casa carregando algo pra levar pra mim. Eu me senti lembrada com um simples ato cotidiano. Se as pessoas me dessem tangerinas sempre, eu ficaria feliz com mais frequência. Porque nem sempre importa o preço, mas o ato. A consideração nem sempre é vista nas relação cotidianas, às vezes vemos e convivemos com as mesmas pessoas mas elas não fazem nada por nós além do basico para uma relação comum e sem sal.
Eu gosto do agrado (e do estrago HAHAHA!), e isso por muitas vezes pode parecer uma declaração mimada, desacostumada com "a modernidade". Mas eu fico me perguntando: será? Será que não existem pessoas que pensam assim... ou todos já se acostumaram com o jeito frio de receber apenas scraps nos momentos em que o calor humano deveria prevalecer?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Pra não dizer que não te falei dos votos...



Quando pensamos que votar é somente um direito, e que por isso, deveríamos poder optar entre votar ou não, nós mesmos nos induzimos ao erro. Votar, em primeiro lugar, é um dever daqueles que optaram de maneira direta ou indireta por viver democraticamente. A democracia não é uma carta de alforria que nos livra dos deveres com nós mesmos e com a pátria que vivemos, julgamos e mantemos. Esse regime é, sobretudo, uma política em que o povo DEVE participar pelo seu bem coletivo. Democracia não significa liberdade plena e absoluta, não significa um ambiente que fazemos o que desejamos, todavia, possui outro conceito muito superior a esse, pois ainda carrega em si o valor da comunhão e prestação de serviçoes do povo para ele mesmo. Isso tudo parece um discurso feito, bem clichê de comerciais televisivos... mas não é. É apenas uma reflexão minha que eu vou debater e expôr sempre que tiver oportunidade. Particularmente, considero que: se gostamos de viver em democracia, temos que honrar e trabalhar na manutenção dessa política. Senão, pode parecer que na hora de pedir por justiça e liberdade, nós temos direitos, mas na hora de nos preocuparmos não queremos ter deveres. Algumas pessoas pensam que votar é uma palhaçada ou que deveria ser optativo. Desta forma, algumas dessas mesmas pessoas querem melhorias e comodidades mas nao querem trabalhar para isso, não querem se responsabilizar através do voto individual ou muito pior, não querem ter o trabalho de sair de casa para votar. Acho que a falta de informação, o desleixo e a desvalorização do voto durante o processo político não se justificam mesmo entendendo que a política tem dado nojo e afastado o interesse de muita gente já vivida ou ainda jovem. Votar, em quaisquer que sejam os turnos, é sempre importante. É o dever cumprido apesar do quadro geral de resultados. É o passaporte para exigir algum direito. Que moral tem uma pesssoa de fazer exigencias se ela mesma prefere-se isenta aquilo que a rodeia? Reflita sobre a implicatura do seu voto dentro da esfera da cidadania, do coletivo e da representatividade individual. Exerça sua força dentro da sociedade, não vote por votar, nem deixa de fazer. Faça sua própria pesquisa.

2º Turno no Rio, meu candidato é Gabeira.
Pesquise e escolha o seu.
Abraços, Talita Rosetti

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Três lados...





Independente de quando, onde e porque os (re)conhecemos, de certa forma, nossos amigos são a nossa ponte para a paz de espírito, segurança e compaixão.A partir de longos anos e experiências passamos a compreender outras pessoas, que por muitas vezes, possuem valores tão diferentes dos nossos, posturas e comportamentos que nem sempre entendemos, mas aprendemos a respeitar. Amigos e amigas são pessoas que sabemos com clareza quais são suas frustrações, mas também quais são suas qualidades e vitórias.





Com a mudança das fases através do passar dos anos, nada permanece estático e isso é mais que natural. Apesar do nosso desejo, o tempo não pára que possamos ficar juntos sempre. Há horas que cada um deve seguir seu caminho e cuidar da própria vida. O que queríamos que fosse eterno, começa a mudar de nome para apenas "VERDADEIRO". Não precisamos mais da garantia da eternidade. Sabemos que não vamos ficar a vida inteira grudadas comemorando nossas vidas nas melhores festas da cidade, então utilizamos o AGORA para que possamos futuramente carregar dentro de nossas lembranças o aproveitamento de TUDO que deveria ter sido aproveitado.

Quando o dia de nos separarmos estiver próximo (se ele tiver mesmo que existir), aguentaremos com saudade transformando amizade em força e esperança. Na nossa amizade já não cabe mais o fim, o medo e a incerteza. Aqui só cabe o brinde, a fidelidade e a fé no futuro.
Obrigada por tudo.
Talita Rosetti

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Essa noite sem você...

eu odeio essa noite sem você. eu odeio todas as noites sem você. as segundas e terças, quartas e quintas sem você. a minha cozinha, o meu sofá, a minha tv, meu dvd, sem você. eu odeio meu cabelo sem você. as minhas pernas sem você. eu odeio meu jeito idiota sem você. o meu choro atoa, ciume egocentrico, minhas trapalhadas e roupas de sempre. eu odeio tudo isso sem você. eu odeio palavrões e emails de amor sem você. eu odeio os feriados, os restaurantes, as praias e as viagens sem você. eu odeio aniversários, odeio minhas fotos sem você. o meu passado sem você. as minhas coisas, as minhas histórias. os shows, os meus cds. eu odeio msn sem você, orkut, telefone sem você. as flores, os doces, as estrelas e os carros sem você. eu odeio perfume sem você. odeio briga sem você. besteiras, loucuras, crises inteiras sem você. eu odeio amor sem você. amizade sem você. destino sem você. eu odeio piadas sem você. grosseria sem você. verdade sem você. eu odeio textos, gestos, beijos sem você. eu odeio essa noite sem você.

=]

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O bolo de três minutos...

Com essa greve na universidade o que eu mais tenho feito é descobrir coisas. Algumas bem úteis, outras nem tanto. Entre autores, receitas, promoções, textos e palestras, me deparei com o pequeno bolo de três minutos feito na caneca. Achei por acaso no Orkut, claro... onde mais poderia ser? Trata-se de um bolo feito no microondas, dentro de uma caneca no tempo recorde de três minutos. Você mistura tudo e pá! Quando você vê o bolo tá certinho dentro da caneca. Você decora ali mesmo ou desenforma. Super tranquilo, até criança faz.
Achei nessa comunidade aqui: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=62076085
Também é ótimo pra comer depois da noitada ou tomar no café da manhã quando tiver visita ;}
Ingredientes: 1 ovo; 4 colheres (sopa) de leite; 3 colheres (sopa) de óleo; 2 colheres (sopa) de chocolate em pó; 4 colheres (sopa) de açúcar; 4 colheres (sopa) de farinha de trigo; 1 colher (café) de fermento em pó. Modo de Preparo: Coloque todos os ingredientes na caneca e mexa delicadamente até ficar bem misturado; Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima. Decore o bolo com calda de chocolate/brigadeiro ou como quiser.



Não ficou um primor... mas ao vivo tá bem fofinho. Depois que tirei da caneca misturei creme de leite com nescau, e depois acrescentei granulado. Ficou gatinho! ;)

Por onde andei...

"Há lugares dos quais vou me lembrar por toda a minha vida embora alguns tenham mudado, alguns para sempre e não para melhor, alguns se foram e alguns permanecem. Todos esses lugares tiveram seus momentos, com amores e amigos dos quais ainda posso me lembrar, alguns estão mortos, e outros estão vivendo. Em minha vida, já amei todos eles..."
IN MY LIFE - Lenon/McCartney


Achei essa beleza no orkut da Sils hoje. Incrivel como automaticamente relembrei alguns lugares dos quais, apesar de tudo, jamais poderei desfazer das minhas lembranças. Quando eu tinha 8 anos, eu não imaginava a vida tão complexa e tão cheia de caminhos. Mas, como hoje... lá se foi um dia de crianças.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Apesar de.

"Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso."

Livro: Uma aprendizagem ou o livro os prazeres.
Clarice Lispector

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Coração de Diamante

"Mas até o diamante que é uma pedra bonita e rara, e, por isso mesmo arrogante, que risca e arranha todas as outras sem se alterar não agüenta um choque mais forte.

Divide-se em pedaços que se espalham."


O.o

sábado, 4 de outubro de 2008

Wem ay a reforma ortográfika...

O motivo principal que moveu a reforma ortográfica é a unificação da língua. Vem, a reforma, facilita a comunicação. Já não era sem tempo. Agora, finalmente, vamos poder colocar em dia a correspondência com nossos irmãos de Portugal, Angola, Cabo Verde e São Tome e Príncipe. Tenho certeza de que muita gente não escrevia para os amigos de Lisboa por medo de não ser entendido. Com a reforma, haja selo.

Voltam a existir no nosso alfabeto o K, o Y e o W, injustamente cassados durante tanto tempo. Que alívio, vou poder chamar qualquer Walter sem sentimento de culpa. Willem, meu amigo holandês, está feliz da vida, se sentindo muito mais brasileiro. Sem falar no Wanderley, que está duplamente feliz, e no Washington, da W/Brasil, que anda dando pulos de alegria. Na televisão, vão repassar todos os filmes de Kirk Douglas e do Danny Kaye. Somem alguns acentos, a não ser, é claro, as exceções. Evidentemente, tinham de deixar algumas, senão, não seria regra.

A única coisa que está me preocupando nessa reforma é que o trema vai sumir. O trema, gente. Esses dois pingos tão importantes que todo mundo usa quando escreve. O quê? Há muito tempo que você não usava trema? Que perigo! Sem o trema, o pingüim vira pinguim, o alcagüete vira alcaguete, e , o mais perigoso de tudo: a lingüiça vira linguiça.

Como é que a gente vai comer lingüiça sem o trema? Vai estragar. Você chega ao botequim e grita: - Seu Lourival, me dá um sanduíche de lingüiça. Depois de algum tempo, o dono do botequim, que você conhece há anos, entrega o seu pedido:

- Seu Lourival, esta lingüiça está estragada.
- Como assim?
- Está sem trema.
- A culpa não é minha, é da reforma.
- Não interessa. Eu não vou comer uma lingüiça sem trema. Vai me fazer mal.
- O senhor pode comer tranqüilo.
- Não posso, porque tranqüilo também não tem mais trema. Vou ter de deixar de freqüentar o seu botequim, uma vez que a sua freqüência não é mais a mesma.
- O senhor acha?
Claro, a sua freqüência não tem mais trema.
- Bom, então, suspende a lingüiça?
- Evidente, seu Lourival. Eu sou um homem de princípios. Sempre comi lingüiça com trema, não vou passar a comer sem trema.
Eu lá tenho cara de quem come “linguiça”? – você pergunta, indignado, pronunciando “gui” em vez de “güi”.
- Assim, eu não agüento.
- Não agüenta com trema ou sem trema?

Por isso eu imploro, senhores da reforma: cuidem do trema, ou correremos o risco de ver toda a população de língua portuguesa trocando a lingüiça pela salsicha.

(Jô Soares)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Santa Chuva

Por tudo e por todas, a mais bela canção sempre que chove dentro e fora daqui, dentro e fora de mim ;)

"Vai chover, de novo, deu na tevê que o povo já se cansou de tanto o céu desabar.E pede ao Santo daqui que reze ajuda de Deus, mas nada pode fazer se a chuva quer é...trazer você pra mim.Vem cá que tá me dando uma vontade de chorar, não faz assim, não vá para lá. Meu coração vai se entregar à tempestade. Quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu? ME DIZ! Foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez? Cadê aquela outra mulher? Você me parecia tão bem A chuva já passou por aqui e eu mesma que cuidei de secar. Quem foi que te ensinou a rezar? Que santo vai brigar por você? Que povo aprova o que você fez? Devolve aquela minha tevê, que eu vou de vez. Não há porque chorar por um amor que já morreu, deixa pra lá, eu vou. Adeus.Meu coração já se cansou de falsidade" (Marcelo)

"Embora a fidelidade fosse uma palavra desconhecida ao rapaz, tua amada era o teu cais noturno. A única que lhe dava proteção. A moça, mesmo ausente e amargurada com as traições, já tendo partido para uma outra instância por não conseguir cicatrizar as feridas expostas pelo seu grande amor, acolhe o pedido do rapaz e volta a Terra para que haja o último encontro. Nesse adeus, ela desabafa, chora, pergunta pela outra e diz que nenhuma reza e nenhum santo é capaz de trazer tranqüilidade e paz para ele. Afinal, quem maltrata um coração infante não é merecedor do perdão divino. Apesar da veemência da explanação, esse adeus é infinito" (?)

Que santo vai brigar por você?

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tempo ótimo

"Não existe conserto para o tempo, para as pessoas, para as atitudes. Ninguém é tão liqüidificador, relógio, televisão. Ninguém tem dispositivo, o tirar da tomada, o botão esquecer. Um beijo não apaga um tapa, sexo não apaga briga. Presentes não apagam passado. Flores não perfumam lágrimas.Porque o tempo é ótimo.E não ótimo de maravilhoso, mas ótimo de ideal. Como ph. Que não pode ser tão ácido, não pode ser tão básico. Como idade e idioma. Como temporada certa para engravidar.O tempo está para pessoas como o ph está para química. Tem que ser aquele. E se não for, tudo vai desandar irreversivelmente. Já reparou como velhos tem um pouco mais de dificuldade de manusear idiomas e novos eletrônicos? Na verdade, são crianças que estão em tempo ótimo de aprendizagem. Daí a facilidade específica. Este tempo ótimo que tenho estudado não está só para aprender. Mas para sentir, para viver, relacionar. Até quem sabe desculpar-se e perdoar. O tempo ótimo é o tempo certo de viver ao máximo. Pegar o clímax de todos os momentos da vida sem perder o ticket porque chegou atrasado. É aquilo que rege a vida. Que mostra que mesmo com a pessoa certa, as coisas não dão certo na hora errada. Que mostra que mesmo tentando voltar atrás milhões de vezes, já se perdeu foi tempo com aquilo que se fez equivocado. Não é como perder o bonde. Pois, depois do primeiro, vem o segundo, vem o terceiro. É como perder a única chance de viver com perfeição. É claro que existirão outras chances. Repito: chances, e não conserto. Porque não existe conserto. No máximo, remenda. Mas vida remendada é como pano velho, cheio de histórias e sem grande brilho. Reapaixonar-se por alguém é bom, mas não é como apaixonar-se pela primeira vez. Voltar a fazer sexo com alguém não tem o mesmo cheiro, nem a mesma garra da primeira vez que se entregaram. Tentar de novo não possui o mesmo fôlego. Dar o recado bem depois, não adianta mais. E é por isto que tenho tentando caçar a otimização das coisas e alertar as pessoas. Muitas delas ainda sabem pouco sobre o tempo. Se eu pudesse ter para mim todos os outdoors, eu escreveria: Evite remendas, o tempo é ótimo para quem sabe viver. E ficaria mais tranqüila." Talita Rosetti

Coração roda-gigante...

... ora no ar, ora no chão.

Será que esse defeito é só meu?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Existe sempre uma coisa ausente

"Para seu próprio bem guarde este recado:
Alguma coisa sempre faz falta.
Guarde sem dor, embora doa,
e em segredo."

Caio Fernando Abreu
(Pra sempre muito querido).

E quem vai dizer que não é verdade?
Veja bem, meu bem, olhe pra dentro de si:
Alguma coisa sempre faz falta.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Rio de Janeiro, chuva e saudade.

Arrumando o quarto achei o cd que meu amigo me deu e deu vontade de ouvir nesse dia chuvoso que parece que toda hora é madrugada. Tem um tempo que não escuto Poléxia e tem um tempo que eu não percebo um monte de coisas. A saudade de tudo aperta... mas os dias não voltam mais.

"Num lugar sem luz, eu vi
Meu céu se abrir, um mar sem fim
Seja onde for, qual seu amor
Seja você, deixa chover
Olha pro céu,
Olha pro céu,
E se esqueça."

Poléxia - Caloando estrelas.

Fidelidade Clandestina

Sempre me perguntei o que de fato era importante na vida. Se era ser fiel aquilo que os outros esperavam ou se era ser fiel aquilo que queremos, sentimos e por muitas vezes, escondemos. Incrível ter passado tanto tempo sem resposta, não? Mais medonho é ainda não saber. Sinto muito ser fiel somente a mim mesma e atravessar os gestos como se x gênesis das questões fossem somente os meus desejos, os medos, a violenta angústia de não saber perder. Sinto muito ser fiel à coisas abstratas, e não à pessoas físicas. Sinto mesmo não no sentido de "não ligar", mas no sentido de sentir vergonha de mim mesma. Quem me dera saber mudar...ou fingir que mudei. Será que há tempo?


ps: O título é sim quase Lispector.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pra não deixar a peteca cair...

Janta

"Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá.Pode ser cruel a eternidade, eu ando em frente por sentir vontade. Eu quis te convencer mas chega de insistir, caberá ao nosso amor o que há de vir. Pode ser a eternidade má,caminho em frente pra sentir saudade. Paper clips and crayons in my bed, everybody thinks that i'm sad. I'll take a ride in melodies and bees and birds will hear my words, will be both us and you and them together. Cause i can forget about myself, trying to be everybody else. I feel allright that we can go away and please my day... I let you stay with me if you surrender. Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar (I can forget about myself trying to be everybody else), caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá (I feel all right that we can go away). Pode ser a eternidade má (and please my Day), eu ando sempre pra sentir vontade (I’ll let you stay with me if you surrender)."

Marcelo Camelo.

Depois de quase três anos...

Pois é... depois do "Quase-vinte", blog iniciado faz quase três anos e finalizado há bastante tempo, adivinhem quem voltou? Diziam-me que blog é como cachaça, não dá... a gente sempre bebe da fonte nos momentos mais terríveis. Principalmente quando se vive uma bela fase de insônia... que faz as horas adentrarem a noite como picadura de mosquito (sem piadas!). Sabe que de vez em quando sinto que gostaria de voltar ao velho quase-vinte? Aquilo lá era como um quartinho no fundo da minha casa, um belo depósito de sentimentos (não tão) escondidos. Mas também, por vezes, sinto aquele quarto muito amargurado, aflito, muito cheio de passado... então saio em busca de algo novo. Não porque o passado não mereça, mas porque ele não me abraça mais. Indepentemente das minhas vontades, eu não sou mais dona dos meus "Quase-Vinte".

Eu sou dona do Clube (da) Insônia.
Sejam bem-vindos.